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21 de abr. de 2018

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19 de abr. de 2018

I Ching – Hexagrama 47: K'un - Opressão (A Exaustão)

Arte de Adele Aldridge

Opressão e sentimentos de restrição são as qualidades incorporadas por este hexagrama.
Este é um momento em que você talvez não esteja sendo levado a sério e esse tratamento pode cansar. Outros podem tentar sufocá-lo ou mantê-lo preso a desempenhar um papel antigo. É um momento de opressão.
Mas não tenha medo. Os desafios farão de você uma pessoa melhor.
Ao acessar uma sensação interior de estabilidade, é possível permanecer alegre nesses tempos difíceis, e então você vai entrar em uma sensação interior de energia ilimitada. Você não precisa de muitas palavras neste momento. Honre o conhecimento silencioso no fundo e você virá com vigor renovado.
Inspire-se quando você se sentir oprimido ou exausto para permanecer acima da situação em sua mente, de modo que você não fique sobrecarregado pela experiência. Fique em contato com aqueles que você pode confiar até passar o tempo difícil.

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A OPRESSÃO
O lago está acima, a água, abaixo; o lago está vazio, seco. A idéia de exaustão é também sugerida por um outro aspecto: acima, uma linha obscura oprime duas linhas luminosas; abaixo, uma linha luminosa está aprisionada entre duas linhas obscuras. O trigrama superior pertence ao princípio da escuridão, enquanto o trigrama inferior pertence ao princípio da luz. Assim, em toda parte os homens inferiores limitam e oprimem os homens superiores.






JULGAMENTO

A OPRESSÃO. Sucesso. Perseverança.
O grande homem promove a boa fortuna.
Nenhuma culpa.
Quando ele tem algo a dizer, não lhe dão crédito.

Épocas de adversidade são o oposto do tempo do sucesso. No entanto, podem conduzir ao sucesso quando recaem sobre um homem correto. Uma pessoa forte, quando confrontada com a adversidade, permanece tranqüila e jovial apesar de todo o perigo, e essa calma jovialidade servirá de base para êxitos mais tarde. Esta estabilidade é mais poderosa que a sorte. Aquele cujo espírito se deixa quebrar pela opressão, não chegará ao sucesso. Mas quando a adversidade não consegue senão curvar um homem, nele é gerada uma força de reação que, com o tempo, se manifestará. Mas nenhum homem inferior é capaz disto. Só o homem superior promove a boa fortuna e permanece sem culpa. Não há dúvida que, por hora, lhe é impossível exercer influência no plano externo, pois suas palavras não têm efeito. Épocas de adversidade exigem, portanto, força interior e economia de palavras.

IMAGEM

Não há água no lago: a imagem da EXAUSTÃO.
Assim o homem superior arrisca sua vida
para seguir sua vontade.

Quando há um vazamento e a água flui embaixo, o lago acaba por secar, esgotando-se. Isto é uma fatalidade. Simboliza também um destino adverso na vida humana. Em tais épocas, não há nada que se possa fazer a não ser aceitar seu destino e permanecer fiel a si mesmo. Isso se refere aos níveis mais profundos de nosso próprio ser, onde somente se pode superar toda e qualquer fatalidade externa.

LINHAS

Seis na primeira posição significa:
Ele se senta, oprimido, debaixo de uma árvore seca
e mergulha num vale sombrio.
Durante três anos não vê nada.

Quando a adversidade recai sobre alguém, é de suma importância despertar forças e superar interiormente as dificuldades. Mas quando um homem é fraco, deixa-se vencer pelos problemas. Ao invés de prosseguir, ele se deixa ficar sentado embaixo de uma árvore seca, mergulhando cada vez mais na escuridão e melancolia. Isto torna a situação cada vez mais sem esperanças. Essa atitude é decorrente de uma cegueira interior que deve ser superada a todo custo.

Nove na segunda posição significa:
Ele se sente oprimido em meio a vinho e comida.
O homem de joelheiras vermelhas está chegando.
É favorável oferecer sacrifícios.
Partir traz infortúnio.
Nenhuma culpa.

Isso representa um estado de opressão interior. Exteriormente tudo vai bem; há comida e bebida. A rotina da vida, no entanto, provoca uma exaustão e parece não haver saída. Uma ajuda vem então do alto. Um príncipe — os príncipes na antiga China usavam joelheiras vermelhas — está à procura de auxiliares competentes. Mas há ainda obstáculos a superar. É, então, importante que eles sejam enfrentados no âmbito do invisível através de sacrifícios e orações. Partir sem se estar preparado poderia ser desastroso, ainda que não fosse eticamente errado. Aqui uma situação desagradável precisa ser superada através de um espírito paciente.

Seis na terceira posição significa:
Ele se deixa oprimir pela pedra
e se apóia em espinhos e cardos.
Ele entra em sua casa e não vê a esposa.
Infortúnio!

Isso mostra um homem inquieto e indeciso em épocas de adversidade. A princípio ele quer avançar, mas logo depara com obstáculos que, no entanto, implicariam em opressão apenas se enfrentados de maneira irrefletida. Ele arremete com a cabeça contra o muro e como resultado sente-se oprimido pelo muro. Apóia-se, então, em coisas que não têm estabilidade e são, portanto, perigosas para aqueles que nelas buscam apoio. Indeciso, ele caminha de volta à sua casa só para descobrir, em mais uma desilusão, que sua esposa não se encontra lá.
Confúcio comenta a respeito dessa linha: “Caso um homem se deixe oprimir por algo que não deveria oprimi-lo, seu nome sem dúvida cairá em desgraça. Caso ele se apóie em coisas sobre as quais não deveria apoiar-se, sua vida com certeza correrá perigo. Para aquele que se encontra em desgraça e perigo, a hora da morte está próxima. Como então poderá ainda ver a sua mulher?”.

Nove na quarta posição significa:
Ele vem muito lentamente,
oprimido numa carroça de ouro.
Humilhação, mas ainda assim a meta é atingida.

Um homem abastado vê as necessidades das classes inferiores, e deseja ajudar. Mas ao invés de proceder com presteza e energia nas providências necessárias, ele toma a iniciativa de modo hesitante e com demasiada cautela. Encontra, então, obstáculos. Pessoas poderosas e ricas atraem-no a seu círculo. Ele se vê forçado a aceder e não pode se afastar. Isso o deixa numa posição incômoda. Mas o problema é passageiro. A força original de sua natureza o leva a superar o erro cometido, e o objetivo é alcançado.

Nove na quinta posição significa:
Cortam seu nariz e seus pés.
A opressão vem de alguém com joelheiras púrpuras.
Lentamente chega a alegria.
É favorável oferecer sacrifícios e dádivas.

Alguém que se interessa pelo bem do povo sofre opressão tanto por parte dos que estão acima quanto dos que se encontram abaixo (este o sentido do nariz e dos pés cortados). Ele não encontra ajuda entre aqueles cujo dever seria cooperar no trabalho de salvação (os ministros usavam joelheiras púrpuras). Mas, pouco a pouco, as coisas vão melhorando. Até que isto se concretize ele deve se voltar para Deus, num intenso recolhimento interior, orar e oferecer sacrifícios em favor do bem comum.

Seis na sexta posição significa:
Ele é oprimido por trepadeiras.
Movimenta-se de modo inseguro e diz:
“O movimento traz remorso”.
Caso sinta arrependimento por tal atitude
e comece a agir, terá boa fortuna.

Um homem se deixa oprimir por laços fáceis de cortar. A opressão está chegando ao fim. Mas ainda se está inseguro e sob a influência das condições anteriores; teme-se que qualquer movimento dê motivo a arrependimento. Mas logo que chegue a uma compreensão da situação, este estado mental será superado e com uma decisão firme a opressão será dominada.

Fonte: I Ching, o Livro das Mutações – Richard Wilhelm

4 de abr. de 2018

I Ching – Hexagrama 21: Shih Ho – Morder

Arte de Adele Aldridge

Morder – formado por dois poderosos trigramas, "Fogo" e "Trovão" – sugere algo que é capturado entre duas forças poderosas. Quando aquela coisa que é pega entre as duas forças é "mastigada", uma união positiva de duas forças poderosas irá ocorrer. Pode haver algo que esteja entre você e seu objetivo. Não desaparecerá por si só – em vez disso, será necessária uma pressão constante e repetida para remover esse obstáculo.
Este hexagrama também pode simbolizar uma ação judicial, ação legal ou penalidades legais.


"O hexagrama 21 diz respeito a como chegarmos à verdade da questão, mas mostra que há algo impedindo o acesso ao alimento. Neste caso, alimento refere-se a alcançar a harmonia com outra pessoa, com a verdade ou com o Sábio. Esta unidade ou harmonia é um alimento vital para nós como seres humanos". (Wu Fang)


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A Mordida
Este hexagrama representa uma boca aberta (cf. hexagrama 27), com um obstáculo entre os dentes (na quarta posição). Como resultado os lábios não se podem juntar. Para uni-los é necessário morder energicamente através do obstáculo. Sendo o hexagrama composto dos trigramas trovão e relâmpago, indica como às vezes na natureza as obstruções são eliminadas de forma enérgica. Mordendo com tenacidade se vence o obstáculo que impede os lábios de se unirem. Da mesma forma a tempestade, com o trovão e o relâmpago, supera a tensão perturbadora na natureza. Processos e penalidades eliminam os distúrbios que criminosos e caluniadores causam à harmonia da vida social. O tema desse hexagrama é um processo penal, em distinção ao hexagrama 6, CONFLITO, que tratava de processos civis.

JULGAMENTO

MORDER tem sucesso.
É favorável administrar justiça.

Quando um obstáculo impede a união, o sucesso é obtido através de uma enérgica mordida. Isso é válido em todas as circunstâncias. Se a união não é consolidada, isto se deve a alguém que cria intrigas, um traidor, alguém que arma obstáculos e interfere, freando o caminhar. H necessário, então, intervir de forma enérgica, para evitar danos permanentes. Uma tal obstrução deliberada não desaparece por si mesma. Para detê-la e eliminá-la é preciso julgar e castigar. Mas é importante que se proceda de modo correto. O hexagrama é formado pelos trigramas Li, clareza e Chên, movimento e agitação. Li é maleável, Chên é rígido. Recorrendo-se apenas à rigidez e à agitação, causar-se-ia um castigo muito violento; porém, clareza e suavidade sozinhas seriam muito fracas. Unidos, os atributos dos dois trigramas criam a medida justa. É importante que o homem que decide (representado pela quinta posição) seja de natureza gentil e ao mesmo tempo, por sua conduta no cargo em que ocupa, inspire respeito.

IMAGEM

Trovão e relâmpago: a imagem do MORDER.
Assim os reis da antigüidade consolidavam as leis
através de penalidades claramente definidas.

As penalidades são as aplicações individuais das leis. As leis especificam as penalidades. A clareza prevalece quando se distingue nitidamente entre as penalidades leves e as graves, de acordo com o delito. Isso é simbolizado pela clareza do raio. A lei é fortalecida pela correta aplicação da penalidade; isso é simbolizado pelo terror do trovão. O objetivo dessa clareza e rigor é inspirar o devido respeito; as penalidades não têm seu fim em si mesmas. Os obstáculos, na vida social, aumentam quando há falta de clareza nos códigos penais e negligência em executá-los. Só se podem fortalecer as leis tornando-as claras e executando-as com presteza e decisão.

LINHAS

Nove na primeira posição significa:
Seus pés estão presos no cepo
de modo que os dedos desaparecem.
Nenhuma culpa.

Quando um homem é castigado em sua primeira tentativa de cometer um mal, a penalidade é leve. Só os dedos dos pés são presos no cepo. Isto o impede de seguir pecando e redime-o de culpa. O texto é, portanto, uma advertência para deter-se a tempo no caminho do mal.

Seis na segunda posição significa:
Mordendo através da carne macia
de modo que o nariz desaparece.
Nenhuma culpa.

Nesse caso é fácil distinguir entre o certo e o errado. É como morder em carne macia. Encontrando um pecador renitente, indignado um homem se excede um pouco. O desaparecimento do nariz, ao morder, significa que com a irritação se perde a acuidade perceptiva. Mas isso não é muito prejudicial, pois o castigo como tal é justo.

Seis na terceira posição significa:
Mordendo uma velha carne ressecada
encontra-se algo venenoso.
Pequena humilhação. Nenhuma culpa.

Um castigo deve ser aplicado por alguém que não dispõe de suficiente poder e autoridade para fazê-lo. Por isso os castigados não se submetem. Trata-se de uma causa antiga, simbolizada pela carne de caça salgada e, ao lidar com ela, depara-se com dificuldades. A carne velha está estragada. Ao ocupar-se do assunto, aquele que deve aplicar o castigo atrai sobre si um venenoso ódio e por isso se vê numa situação um tanto humilhante. Mas como o castigo é uma exigência do tempo, ele permanece livre de culpa.

Nove na quarta posição significa:
Mordendo a carne seca cartilaginosa.
Recebendo flechas de metal.
É favorável estar atento ao perigo
e ser perseverante. Boa fortuna.

Existem grandes obstáculos a serem superados, poderosos inimigos a serem castigados. O desafio é árduo mas o esforço terá êxito. Para superar as dificuldades deve-se ter a dureza do metal e a retidão de uma flecha. Quando se está cônscio dessas dificuldades e se permanece perseverante, atinge-se a boa fortuna. Ao final, a difícil tarefa é realizada.

Seis na quinta posição significa:
Mordendo a carne seca musculosa.
Recebendo ouro amarelo.
Perseverantemente consciente do perigo.
Nenhuma culpa.

O caso a ser resolvido não é fácil, porém está perfeitamente claro. Como se tende, por natureza, à benevolência, deve-se realizar um esforço para ser como o ouro amarelo, isto é, verdadeiro como o ouro e imparcial como o amarelo, a cor que simboliza o meio. Só quando se permanece consciente dos perigos decorrentes da responsabilidade que se assumiu é que se podem evitar erros.

Nove na sexta posição significa:
O pescoço preso à canga de madeira
de modo que as orelhas desaparecem.
Infortúnio.

Ao contrário da linha inicial, esta se refere a um homem incorrigível. Como castigo, ele está preso pelo pescoço à canga de madeira, na qual suas orelhas desaparecem. Isto significa que ele se torna surdo às advertências. Essa obstinação conduz ao infortúnio.

Fonte: I Ching, o Livro das Mutações – Richard Wilhelm

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