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O Destino
Pronúncia: uírd
Significados
Tradicionais: destino, fado, fatalidade
Desafio: fé e
coragem para encontrar seu destino
Correspondências:
Fonema: —
Regência
Planetária: Roda da Fortuna
Pedra:
Opala
Flor: Íris
Púrpura
Número: —
Classe
Social: —
Cor: —
Mitos e
Deidades: As Nornes
Tarô: Roda da
Fortuna
Período
do Dia: —
Significados
Gerais e Simbólicos:
Muitos
estudiosos e praticantes do Runemal não acreditam no uso da runa em branco.
Contudo, há uma corrente inversa, que a utiliza como um 'sinal amarelo': para o
praticante parar um pouco de usar as Runas e passar a vivenciar a espera, fora
dos confins da divinação rúnica.
A runa em
branco é chamada WYRD, que é o nome coletivo dado às Três Nornes, ou Deusas do
Destino, da mitologia nórdica. Seus nomes individuais são Urd, Verthandi e
Skuld, e elas representam os três aspectos do tempo sempre fluente: Passado,
Presente e Futuro. Formam uma Trindade, para sempre se dissolvendo uma na
outra. WYRD rege o Carma que cada um acumulou durante sua vida até o momento
presente.
Essa runa
indica aqueles eventos que são predestinados ou inevitáveis, e dos quais não
conseguimos nos esquivar. Mas não se pode confundir “destino” com “fatalidade”,
porque há dois tipos de débito cármico, o agradável e o desagradável. Por isso
não é necessário concluir de imediato que o aparecimento dessa runa anuncie uma
punição cármica, mais do que um resgate cármico. WYRD significa que, se um
certo passo for dado, a vida nunca mais será a mesma. Mas em qualquer evento, a
runa em branco é ambígua, já que pode pressagiar tanto uma ocorrência
desastrosa, como uma afortunada. Muito depende das runas acompanhantes, para
que se possa julgar a vontade ou o anelo de se seguir um determinado curso de
ação.
Por
exemplo, se WYRD cair com uma runa relacionada a romance, como GEBO, sugerirá
que se está destinado a realizar uma união feliz, que é o resgate de um
verdadeiro ou altruísta ato de amor em seu passado. Freqüentemente esse ato
constitui a sublimação dos próprios sentimentos, de modo que o ser amado deve
estar livre para compreender sua própria versão de felicidade. O que não deve
ser entendido é que os protagonistas foram colocados juntos por um laço
cármico, que foram feitos “um para o outro”, ou que “estiveram juntos numa vida
passada”. Essas coisas acontecem, mas não com a freqüência que as pessoas
gostariam de imaginar.
WYRD, a
runa em branco, o nosso destino e a nossa sorte, altera os padrões
preestabelecidos, nos deixando a mercê das mudanças bruscas da vida, que tanto
podem ser boas como ruins. Quando tiramos WYRD estamos nos aproximando de um
daqueles momentos da vida onde a lei da mudança se aplica igualmente a todos os
homens. Adapte-se ou pereça, é o que WYRD enfoca. Nossos medos, nossos
fracassos, nossos desapontamentos e choques nas relações humanas — tudo aquilo
que se destina a nos sacudir e libertar dos costumes aos quais nos agarramos
tenazmente, de modo que possamos adotar e aceitar hábitos melhores de
crescimento e beneficiarmo-nos deles.
Visto que
a runa em branco expressa aquelas coisas que estão predestinadas ou são
inevitáveis, pode representar também qualquer coisa que precisa ser mantida em
segredo ou permanecer indesvendada pelo nosso próprio bem. Do mesmo modo, WYRD
simboliza aqueles incidentes relativos às vidas privadas de outras pessoas,
sobre os quais não se tem o direito de ser curioso, ocupando, de ordinário,
lugar proeminente em um lançamento rúnico onde se demanda acesso a informações
sobre alguém que não nos diz respeito.
WYRD
representa a senda do Carma — a soma total dos atos de cada um e das
conseqüências dos mesmos. Concomitantemente, ela ensina que as próprias dívidas
do Carma antigo tomam outro rumo e evolvem, enquanto se segue também outro rumo
e evolui. Nem tudo está fadado: os obstáculos do passado podem tornar-se os portais
que conduzirão a novos começos.
Escrito originalmente por ©Fabrício César Franco em
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